Maior símbolo do futebol brasileiro, o Maracanã tem uma História bonita, que começa no final da década de 1940.
Destruída física e economicamente pela segunda guerra mundial, a Europa não tinha condições de sediar a quarta edição da Copa do Mundo. As Copas que seriam realizadas em 1942 e 1946 não foram disputadas devido à guerra, e o Presidente da FIFA, Jules Rimet, precisava urgentemente de um plano B para que a copa de 50 também não fosse adiada. Voltou os olhos para a América do Sul, único continente que tinha um futebol que rivalizava com o Europeu e, portanto, teria condições de organizar o evento.
O Brasil foi escolhido por unanimidade, não possuía a melhor estrutura do continente, mas tinha uma população apaixonada pelo futebol e soube trabalhar nos bastidores pela indicação. Todas as seis sedes definidas tinham estádios para a Copa, mas o governo federal decidiu construir um maior na capital para sediar a abertura e a decisão do Mundial.
Assim as obras para o novo estádio se iniciaram no dia 2 de agosto de 1948, menos de dois anos antes da abertura da Copa. Quando o Mundial começou o Maracanã não estava pronto, mas cumpriu o papel de palco principal do evento com galhardia.
A Copa não acabou como queríamos, mas o estádio estava pronto e tornou-se referência mundial. No Maracanã jogaram quase todos os grandes craques da nossa História. Foi no Maracanã que Palmeiras e Santos conquistaram suas maiores glórias internacionais, independentemente de serem paulistas. Era a referência, os jogos importantes tinham de ser lá. Acompanhou a evolução dos grandes esquadrões do Rio de Janeiro: Os Flamengos de Zagallo e Zico, os Vascos de Barbosa e Dinamite, os Fluminenses de Rivellino e Romerito, os Botafogos de Garrincha e Túlio.
Patrimônio nacional, o Maracanã foi tombado, mas as inúmeras reformas feitas no estádio a partir do ano 2000 não levaram isso em conta. O Mundial de clubes da FIFA, os jogos Pan-Americanos de 2007, a Copa de 2014 e os jogos Olímpicos de 2016 mudaram radicalmente a forma e a estrutura do complexo.
O saldo positivo de toda essa mudança foi que o Maracanã tornou-se o segundo estádio do planeta que sediou duas finais de Copas do Mundo, o primeiro foi o Azteca, no México.
A propósito, Maracanã é apelido. O nome do estádio é jornalista Mário Filho, em homenagem a um dos maiores incentivadores da sua construção.
Quando o estádio completou 50 anos, em 2000, o jornalista João Máximo lançou uma obra imperdível: ‘Maracanã, meio século de paixão’, conta a história desde o projeto até a modernidade. Com um texto primoroso, fotos espetaculares e as histórias de outros jornalistas que, como ele, cresceram indo ao estádio. Um material precioso para quem se interessa pela História do futebol brasileiro.
‘Maracanã, meio século de paixão’
Autor: João Máximo
Editora: DBA