Hoje faz 88 anos que uma mulher conseguiu um feito impressionante para os padrões de sua época. Em um tempo em que as mulheres eram relegadas a papéis secundários e tinham de lutar bravamente por direitos individuais, como o voto, Amélia Earhart cruzou o Oceano Atlântico pilotando seu próprio avião, e impressionou o mundo.
Até aquele 21 de maio de 1932 apenas uma pessoa, o também americano Charles Lindberg, havia conseguido o feito de cruzar o Atlântico sozinho. Foi em 1927. Isso dignifica ainda mais o feito de Amélia. Ela foi apenas a décima sexta mulher na história a conseguir a licença internacional para voar. Enfrentou muitos preconceitos e conseguiu com muito custo pagar o curso para pilotar.
Amélia já era uma celebridade nos Estado Unidos por ter concluído a travessia do Atlântico em 1928, mas como passageira, sem pilotar. Utilizou a fama conquistada para promover a aviação e levantar fundos para seus projetos. Era atuante e arrojada no comando de um avião. Disputou competições aéreas e bateu vários recordes menores antes de conseguir realizar seu grande feito.
Enfim reuniu condições e organizou a empreitada. Decolou com seu Lockheed Veja 5B vermelho da Terra Nova, no Canadá. O roteiro previa a chegada em Paris, mas o tempo ruim e problemas mecânicos a fizeram aterrissar em uma fazenda na Irlanda. Amélia completou o percurso em 14 horas e 56 minutos. E como a primeira mulher a efetuar um voo solo sem escalas através do Atlântico foi condecorada e festejada no mundo todo.
Cumprida a travessia do Atlântico, Amélia queria mais. Planejou circular o globo e investiu pesado para transformar o sonho em realidade. Decolou de Miami no dia primeiro de junho de 1937 e cumpriu a primeira etapa da viagem até Lae, na Nova Guiné, aterrissando no dia 29. Decolou de Lae no dia 2 de julho com destino a Ilha Howland, entre Havaí e Austrália, mas nunca chegou lá. O Lockheed L10-E Electra desapareceu.
O governo americano organizou buscas que não deram em nada. Depois, o próprio marido de Amélia, George Putnam, financiou uma operação de resgate, mas o avião nunca foi encontrado.
A História de Amélia Earhart foi contada várias vezes. A bibliografia sobre ela é antiga, mas existe um filme recente que a retrata com fidelidade. Produzido em 2009, com Hilary Swank no papel principal, ‘Amélia’ conta a trajetória de vida da aviadora com uma produção primorosa. O elenco ainda tem nomes como Ewan McGregor e Richard Gere. É uma boa dica para complementar esse texto.
Ela foi declarada morta no dia 5 de janeiro de 1939, mas seu legado de coragem, independência e ousadia quebrou barreiras e ajudou as mulheres a conquistarem sua liberdade. Amélia Earhart foi um sopro feminino de vida no início do século XX.