13 de agosto de 1961 é a data que os dirigentes comunistas admitiram para o mundo que o regime que administravam não satisfazia a população. Só que essa admissão foi declarada de maneira torpe e cruel. Ao invés de tentar melhorar o método de aplicação do regime, resolveram isolar o povo dentro de um muro.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi dividida em quatro zonas administradas pelas potências vencedoras: Estados Unidos, Inglaterra, França e União Soviética. O mesmo foi feito com a capital alemã, Berlim, que desse modo passou a ter dois regimes: o capitalista na parte ocidental e o comunista na parte oriental.
O incentivo econômico dos aliados capitalistas para a reconstrução do país foi intenso e fez com que a República Federal da Alemanha, ou Alemanha Ocidental, entrasse rapidamente em uma espiral de crescimento que durou mais de 20 anos.
A diferença em relação ao desenvolvimento da República Democrática Alemã, ou Alemanha Oriental, era clara e mostrava um abismo entre os dois lados. Descontentes com a estagnação e com a ditadura comunista, milhares de alemães saíam da parte oriental para a parte ocidental todos os anos.
Preocupados com êxodo, mas sem intenção alguma de melhorar a qualidade de vida ou dar um pouco mais de liberdade à população, os dirigentes da Alemanha Oriental, com autorização e resguardados pelo aparato militar Soviético, resolveram construir um muro para impedir que as pessoas continuassem trocando o comunismo pelo capitalismo.
Foi segredo absoluto. A construção se iniciou na madrugada do dia 13 e quando as forças ocidentais tentaram agir já era tarde. Berlim foi dividida de ponta-a-ponta por um muro de 120 quilômetros de extensão e 5 metros de altura, coroado com arame farpado, torres de vigilância, ninhos de metralhadoras e minas terrestres.
Conhecido mundialmente como ‘O MURO DA VERGONHA’, o muro de Berlim praticamente acabou com as migrações. Parentes que moravam em lados opostos não puderam mais se ver. Cerca de 190 pessoas morreram tentando atravessá-lo nos 28 anos de sua existência.
Era o símbolo maior da Guerra Fria e acabou quando o comunismo ruiu na Europa, em 1989. O fim do muro significou o início de uma época de esperança para o povo alemão e deu início ao processo de reunificação do país.
As marcas dele estão na cidade até hoje e existem vários trechos ainda em pé. Os alemães fazem questão de manter viva a lembrança, para que nunca se esqueçam de sua existência e das causas de seu surgimento.
Existe uma ótima dica para quem quer saber mais sobre o muro de Berlim. “Os túneis: A história jamais contada das espetaculares fugas sob o Muro de Berlim”. Um livro surpreendente escrito pelo norte-americano Greg Mitchell sobre as fugas dos berlinenses por baixo do Muro.
Um capítulo vergonhoso da história que os próprios alemães poderiam ter evitado se não tivessem mergulhado de cabeça nas promessas doentias de Adolf Hitler. As consequências foram desastrosas e, só após 45 anos, a Alemanha voltou a ser um país único, como era antes da Segunda Guerra Mundial.