A força da imprensa, a manipulação da notícia, o uso do meio de comunicação para promoção pessoal. Tudo isso torna ‘CIDADÃO KANE’ matéria obrigatória em qualquer curso de jornalismo.
Lançado em 1941 o filme foi escrito, produzido, dirigido e estrelado por Orson Wells, então um jovem de apenas 24 anos e contou com o brilhante trabalho de Herman J. Mankiewicz, que elaborou o roteiro com o próprio Wells. Apesar de Orson Wells ser onipresente, o trabalho de Mankiewicz é considerado um dos diferenciais da obra.
Seu sucesso não foi imediato, mas suas qualidades se sobressaíram com o passar do tempo. A inovação na estrutura narrativa ao usar flashbacks, o uso dinâmico da trilha sonora e a ousadia na fotografia, trabalhando com a profundidade e criando uma nova perspectiva, colocaram ‘CIDADÃO KANE’ em um nível diferenciado para o cinema da época.
Conta a história de Charles Foster Kane, uma criança simples que se tornou um riquíssimo empresário e jornalista. Mostra como o poder e o egocentrismo vão consumindo os bonitos ideais traçados por Kane no início da carreira e o transformam em uma pessoa cruel, violenta e solitária. O fio condutor é a última palavra que Kane disse antes de morrer: ‘Rosebud’.
Uma equipe de repórteres é destacada para tentar desvendar quem ou o quê é ‘Rosebud’ entrevistando pessoas que participaram da vida de Kane, mas não obtém sucesso. O mistério só é desvendado na última cena do filme.
‘CIDADÃO KANE’ foi revolucionário, a obra prima da carreira de Orson Wells. O ator e diretor tentou durante toda a vida suplantá-lo, mas não conseguiu. É presença obrigatória em qualquer lista de melhores filmes da história e impressiona pela relevância, mesmo após quase 80 anos de sua produção. É atual, biográfico e didático. Um clássico que merece ser visto e estudado.