Normalmente as estrelas que compõe os escudos dos times de futebol se referem às grandes conquistas dentro dos gramados. Mas alguns desses gigantes também brilharam em outros esportes. É o caso do São Paulo, que muito antes de comemorar o primeiro título mundial de futebol, já computava um ouro olímpico.
Do atletismo vem as duas estrelas amarelas do escudo tricolor. Homenageiam Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico em 1952 e 1956 no salto triplo. Cada estrela significa um recorde mundial quebrado pelo atleta. O primeiro nas Olimpíadas de 1952 e o segundo no Pan-americano de 1955. As três estrelas vermelhas significam os Mundiais de futebol em 1992, 1993 e 2005.
A reverência do São Paulo a Ademar Ferreira da Silva revela a importância deste homem para o clube e para o esporte nacional. Nunca o Brasil havia chegado tão longe em uma Olimpíada. Um ouro já era um feito, repeti-lo 4 anos depois foi espetacular.
Adhemar começou a carreira em 1947, já atuando pelo São Paulo. Enfileirou títulos e em 1952 veio o ouro em Helsinque. Atuou pelo São Paulo até 1955, quando foi contratado pelo Vasco. No clube carioca conquistou o segundo ouro olímpico, em Melbourne 1956. Teve uma carreira recheada de conquistas. Pentacampeão Sul-americano, tricampeão Pan-americano e dez vezes campeão Brasileiro.
Faleceu em 2001, mas recebeu muitas homenagens em vida. Em 1993 foi agraciado com o título de Herói de Helsinque junto com outra lenda do atletismo: o tcheco Emil Zatopek, a locomotiva humana. E em 2000 recebeu o Mérito Olímpico do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
Em 2012 Adhemar foi imortalizado no Hall da Fama do Atletismo. Ele é o único brasileiro a representar o país no salão da Federação Internacional de Atletismo (IAAF).
Também em 2000 a BM&F Brasil patrocinou uma linda homenagem a Adhemar. Com texto de Tânia Mara Siviero e prefácio do supercampeão Carl Lewis, ‘Herói por nós – Adhemar Ferreira da Silva – o ouro negro brasileiro’ retrata sua infância, o início no atletismo, a parceria como técnico e mentor Dietrich Gerner e suas conquistas. Fala da família e da vida após a carreira. O toque especial do livro são as fotos, 233 ao todo, que ilustram a trajetória do bicampeão olímpico.
É um documento sobre o esporte nacional. Em um país onde o que não é futebol está em segundo plano, ‘Herói por nós’ tem a importante missão de manter viva a história de um dos nossos grandes campeões. Adhemar está no mesmo patamar de Pelé, Senna, Guga e Hortência. Tem que ser lembrado e reverenciado para sempre.